Movimentação em campo movimenta o placar

Quando a bola gira, a rede balança. Jogadores trocando de posições com inteligência, dando opções de passe, criando situações diferentes de arremate e construção. Isso foi um pouco do que se viu na Neo Química Arena.

Uma festa que começou antes mesmo do apito inicial, num espetáculo de luzes e a tradicional corda vocal poderosa da fiel. Atmosfera que, por ela mesma, já faria o time entrar ganhando de um a zero. E não demorou muito para que Mantuan fizesse o estádio comemorar em êxtase após o cruzamento-passe de Piton.

A volta de Fagner e João Vitor trouxe a velocidade no primeiro setor do campo, potencializando Cantillo. O colombiano finalmente fez um jogo de qualidade, com muita consciência defensiva e seus já conhecidos lançamentos e inversões precisas. É bom ver seu potencial crescendo num momento em que Maycon está fora.

E o que dizer do camisa 10? William é incomparável, diferenciado e perigoso. Participou das primeiras 3 jogadas de gol, mas antes disso, já havia se destacado por quebrar as marcações. Ele atrai sempre dois jogadores quando está com a bola e isso enriquece as possibilidades no ataque. Quando não dribla, encontra atletas em melhores condições. Flutuando com Guedes na referência, foi incisivo no campo todo, extremamente fundamental para a imposição da equipe.

Agora, não apenas pelos 2 gols da noite, é impossível não destacar Giuliano. O primeiro de todos os reforços ainda na era Sylvinho, já havia sido protagonista logo na sua chegada. Consegue ser versátil atuando na marcação pelo meio de campo, sai com qualidade nas transições ao ataque e ainda faz a presença de área nos momentos em que nosso 9 vai para a ponta. Por mais que Mantuan seja o coringa, ontem a carta na manga foi ele.

A vitória no clássico é uma parte de um estágio de crescimento. Em termos mais simples, além de tática e posicionamento dos atletas, o êxito veio da movimentação. Não tivemos uma equipe estática que esperava a bola atrás da marcação de forma burocrática. É a confiança de querer sair jogando, com tranquilidade e inteligência. Não à toa, Cássio consegue dar passes na região defensiva, eliminando o confortável chutão de tempos recentes.

Claro que ainda existe um desequilíbrio bem exacerbado nas substituições, com Roni e Xavier machucando nossas retinas em suas atuações inseguras. Com sorte, saberão aproveitar o processo claro de desenvolvimento do grupo e poderão contribuir sem comprometer.

Fato é que, como já se percebeu, o Corinthians joga pra marcar gols cedo e ter mais calma pra controlar as partidas estando na dianteira. Acertando finalizações e variando as jogadas, a coisa flui. Melhor ainda, num clássico.





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